Imunologia de SARS-CoV-2

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By Thomas Kamradt

Tradução: Joana Catarina Ferreira Da Silva

 

Até ao momento, pouco se sabe sobre as respostas imunitárias contra o SARS-CoV-2. Algumas das perguntas mais importantes e urgentes são:

  • Será que alguém que contraiu a COVID-19, a doença causada pelo SARS-CoV-2, está protegido de uma segunda reinfeção da doença COVID-19?
  • Se sim, qual será a duração da proteção imunológica?
  • Quais são as implicações da proteção?
  • Porque é que as crianças e os adultos jovens parecem desenvolver apenas sinais e sintomas leves, se é que haja algum, da COVID-19, e porque será que a doença é muito mais grave nos idosos?
  • Qual será a resposta imunitária contra o SARS-CoV-2 ao contribuir para o desenvolvimento da patologia? Será que existem respostas imunitárias nocivas?
  • Podemos usar parâmetros imunológicos para prever o risco de um doente contrair doença grave?
  • Podemos desenvolver uma vacina contra o SARS-CoV-2?

Hoje não sabemos a resposta para nenhuma das perguntas.

Anticorpos protetores

Na ausência de dados clínicos ou experimentais robustos relativos às respostas imunitárias induzidas por SARS-CoV-2, algumas suposições podem ser ponderadas com base em ensaios anteriores de coronavírus endémicos (por exemplo, 229E ou OC43), SARS-CoV e o vírus MERS-CoV. Estudos experimentais, serológicos e soro-epidemiológicos prévios sugerem fortemente que o coronavírus, incluindo SARS-CoV, induzem anticorpos neutralizantes e protetores. Adiciona-se que, estes estudos parecem indicar que a proteção mediada pelos anticorpos tem um tempo de disponibilidade curto.

Resposta imunológica celular

Até ao dia de hoje, pouco se sabe sobre respostas imunológicas celulares, isto é, respostas das células T contra o coronavírus. Evidências experimentais de estudos realizados em ratinhos sugerem que as células T presentes na mucosa do trato respiratório possam ser um importante veículo de proteção. No entanto, embora os ratinhos possam ser infetados com coronavírus, incluindo o SARS-CoV, eles não desenvolvem sintomas pulmonares graves que são característicos da SARS e da COVID-19. Logo, os resultados prévios devem ser interpretados com precaução. Assim sendo, as células T da mucosa respiratória de humanos doentes e convalescentes seriam necessárias para esclarecer a questão, mas são difíceis de as obter.

Estas questões não são de natureza académica. O desenho racional da vacina é baseado em conhecimentos sólidos sobre a imunidade protetora. Enquanto não for descoberta a resposta imunitária protetora necessária para induzir através da vacinação, o desenvolvimento da mesma permanece uma incógnita.

Doença induzida por vacina devido ao enhancement de anticorpos

Para tornar as coisas mais complicadas, não há certeza de que as respostas imunológicas anti-SARS-CoV-2 induzidas pela vacina não provoquem lesão. Existe uma ampla evidência noutras doenças virais, principalmente o RS-Vírus e o vírus Dengue, de que alguns anticorpos possam enfatizar os efeitos da doença em vez de proteger o hospedeiro. Embora se saiba que a indução de doença devido ao enhancement de anticorpos ocorra contra um coronavírus felino, atualmente não existem provas in vivo para a indução de doença devido ao enhancement de anticorpos na SARS ou COVID-19. No entanto, dados in vitro obtidos com células humanas indicam que alguns anticorpos possam impedir a entrada do vírus nos linfócitos B. No desenvolvimento de vacina SARS-CoV-2, o enhancement anticorpo-dependente é certamente uma possibilidade que precisa de ser descartada.

Em conjunto, é preciso adquirir, rapidamente, conhecimentos sólidos sobre respostas imunitárias protetoras e patogénicas contra o SARS-CoV-2, a fim de

  • identificar doentes em risco para o desenvolvimento de doença grave e
  • desenvolver vacinas eficazes e seguras contra este vírus pandémico.

 

  1. S.

A versão de rascunho atual será expandida em breve.